A união do Grupo de Mulheres do Riacho dos Negros “faz a força” pela autonomia da mulher

Foto: Kátia Rejane Uma pesquisa realizada pelo CAATINGA, nos meses de Novembro e Dezembro de 2014, junto a famílias agricultoras assessoradas pela instituição; retratou que 100% das mulheres agricultoras estão envolvidas em atividades produtivas, porém apenas 42% decidem sobre o investimentos dos recursos. Mesmo diante de tal realidade, as mulheres ao longo dos anos já comemoram algumas conquistas. É o que pensa Terezinha Damascena, da comunidade Riacho dos Negros, Santa Filomena. Ela faz parte do grupo de mulheres da comunidade e conta que a partir da organização no grupo, conseguiram a implantação da primeira cisterna calçadão na localidade; o que garantiu as mulheres, que na época eram 11, produzir visando à melhoria na qualidade alimentar da família e para comercialização. Com o fortalecimento do grupo, quase 100% das mulheres hoje tem cisterna calçadão em suas propriedades. Terezinha é a única que permanece produzindo com água da primeira cisterna. Ela conta que produz uma grande diversidade de hortaliças e frutas e comercializa na comunidade e na feira livre do município. “Tenho conseguido plantar vários tipos de hortaliças e frutas aqui, e vendo muito bem. Não tenho dificuldade nenhuma para comercializar e sou livre para decidir com que vou gastar o dinheiro. Claro que trabalho para a família, mas faço isso por decisão própria, meu esposo não interfere em nada, nem no trabalho, nem no investimento do recurso, nos respeitamos e vivemos muito bem” conta a agricultora. O grupo de mulheres do Riacho dos Negros se reúne mensalmente, discute temas como igualdade de gênero, direito das mulheres e divisão justa de trabalho entre homens e mulheres e acreditam que o caminho para superação dessa desigualdade é o fortalecimento das organizações.    

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