Caravana discute o impacto do polo gesseiro na região do Araripe e busca alternativa na cultura digital

O polo gesseiro da Chapada do Araripe é responsável por 95% da produção nacional de gesso, segundo dados do Ministério da Cultura. E no estado de Pernambuco os municípios responsáveis por essa produção são Araripina, Trindade, Ipubí, Bodocó e Ouricuri. Responsável por 43.000 mil empregos diretos e 60.000 mil indiretos, o manejo do gesso trouxe alguns impactos negativos para a região. Como a exemplo da Comunidade Espírito Santo, em Trindade, que compõe cerca de 50 famílias, mas contém apenas dois quintais produtivos. “Depois da chegada do gesso é difícil produzir hortaliças e outras plantas, pois o pó [do gesso] causa a compactação do solo, o que impede o desenvolvimento agrícola” afirmou Claudiano de Souza, membro do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, em reunião dessa quinta-feira com a Rota Íris Maria; na Caravana Agroecológica e Cultural das Juventudes. Além de prejudicar o solo e a saúde da população, que estima-se em 231.112 habitantes, a exploração do gesso também causa a poluição do marco municipal: a Lagoa Espírito Santo, que antigamente abastecia a comunidade com sua larga extensão. Hoje, sua capacidade é mínima em armazenar água e se encontra imprópria para consumo humano. Outra preocupação da comunidade é o desmatamento pelas indústrias para a queima da lenha e falta de reflorestamento, resultando na pouca mata nativa. Segundo a presidente da Associação Espírito Santo, Vanusia Maria de Oliveira, a comunidade busca se mobilizar, mas a participação da juventude é pouca, deixando de fortalecer a causa por melhorias no local. Alternativa na Cultura Digital Diante do impacto ambiental, social, econômico, cultural e na saúde pelo polo gesseiro, e buscando uma alternativa em incentivar os jovens e as jovens a participarem das lutas nas comunidades e nos territórios, foram realizadas oficinas de cultura digital com o objetivo de denunciar e dar visibilidade aos impactos da produção do gesso. Na iniciativa do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, com o apoio do Projeto Vidas Paralelas – PVP, dez jovens dos municípios de Araripina, Trindade, Bodocó e Ouricuri aprendem a captar imagens, filmar e editar vídeos. Desde junho de 2013 já foram realizados cinco vídeos retratando os problemas de suas comunidades; despertando o interesse de outros/as jovens a se mobilizarem por uma qualidade de vida.

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