Chuvas ficam abaixo da média no Sertão do Araripe

No primeiro trimestre deste ano choveu 50% a menos do que no mesmo período de 2011

Agricultora ireni Almeida em seu quintal produtivo Foto: Elka Macedo
Entre uma prece e outra, o sertanejo anseia pela chuva que garantirá água e alimento para o período de estiagem, mas dados revelam que neste ano, o inverno está muito abaixo das expectativas. De acordo com o levantamento da ONG Caatinga, feito a partir de índices pluviométricos coletados em 21 comunidades de sete municípios do Território Sertão do Araripe Pernambucano, no primeiro trimestre choveu 156,79 milímetros na região, cerca de 50% a menos do que em 2011, quando foram quantificados 302,2 milímetros. No município de Parnamirim a disparidade de chuvas foi mais acentuada e obteve o maior e o menor índice de pluviometricidade. Enquanto na comunidade Umburanas choveu 190 milimetros, na comunidade Caraíbas o índice não ultrapassou os 94 milímetros. A situação tem preocupado as famílias agricultoras que já perderam as lavouras de feijão e milho, plantadas nas primeiras chuvas. Alguns produtores estão vendendo seus rebanhos por falta de água e alimento para suprir os animais. Nas feiras livres, a pouca oferta do milho e feijão da agricultura familiar já afetou o bolso dos consumidores que já pagam cerca de RS 8 pelo feijão de corda. Para a Coordenadora do Caatinga Irlânia Alencar, as famílias agricultoras devem investir na estocagem de alimentos para enfrentarem a seca. “Para enfrentar o período de escassez, as famílias agricultoras devem se prevenir e fazer estoques de água e alimentos pelo menos, para dois anos, além de influenciar na construção de políticas públicas que promovam a melhor convivência com o semiárido”, aconselha.   Monitoramento das chuvas O monitoramento das chuvas é feito através de unidades de medição dos índices pluviométricos e de temperatura que foram instaladas pelo Caatinga através do Projeto Cidadania Ambiental: Superando os efeitos das mudanças climáticas, financiado pelo Instituto HSBC Solidariedade. A iniciativa tem o objetivo de desenvolver um sistema de monitoramento do clima a fim de ampliar a capacidade das populações rurais pobres da região do Araripe Pernambucano, de reagir e adaptar-se às mudanças climáticas.

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