Ordem judicial obriga assentados do MTST a desocupar terreno

Desalojadas, mais de 500 famílias viram seus barracos sendo derrubados

 

Derrubada de assentamento do MTST em Ouricuri (PE) - Foto: Elka Macedo
O policiamento chegou ainda de madrugada. Com a ordem judicial em mãos, os policiais militares alertaram a derrubada das casas improvisadas dos militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Assentadas num terreno ocioso localizado no Bairro, popularmente conhecido, como Bairro do “Bigodão”, em Ouricuri (PE), na última quinta-feira (15), as centenas de famílias foram obrigadas a deixar as casas que habitavam desde o ano passado. Após algumas conversas entre militantes, policiais e alguns representantes da sociedade civil organizada, como Caatinga, MST, Grupo de Mulheres Jurema a Igreja Católica representada pelo Frei Roberto, a policia esclareceu que essa era uma ação inevitável. “A gente quer que a população entenda que viemos aqui para cumprir a ordem do juiz para desocupar este local”, explicou o Subcomandante do Batalhão da Policia Militar (7º BPM) de Ouricuri (PE). Como previsto, pouco depois das 9h da manhã começou a derrubada dos “barracos” vazios. Enquanto isso, algumas famílias tiravam os últimos móveis e tentavam salvar telhas e blocos que haviam estocados em casa. O líder do movimento no município, José Miguel afirmou que agora eles vão apresentar relatório na justiça pedindo a restituição de bens. “A estratégia é enviar um relatório com o que está acontecendo, foto e filmagem. O ministério vai pagar tudo isso aqui. Nós temos que ficar unidos”, enfatizou. Para Frei Roberto o movimento deve fortalecer sua base para conseguir ter acesso a uma moradia digna. “A vitoria desta luta pela moradia, nesta área, depende dos cidadãos que aqui estão. É importante que os cidadãos resistam de forma pacifica e organizada”, finalizou. O Movimento Segundo dados do site do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto teve inicio no fim da década de 90, com o objetivo de combater a miséria nos grandes centros urbanos, lutando contra a especulação imobiliária no país. A principal forma de ação do movimento é a ocupação de terra, fruto do trabalho de organização popular.  

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